quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

A BANDA DE MUSICA DO 2º BATALHÃO DE FRONTEIRA.


Por: Silva Paula, Sandro Miguel.
Desfile da Banda de Corneteiros e Tambor, 2º B Fron 1946. Estado Maior perfilado e ao fundo prédio de uma companhai de fuzileiros.
A primeira constituição de algo similar a uma banda de musica militar em Cáceres vai ocorrer com a criação da 2ª Companhia de Fronteira do 2º B Fron, no ano de 1938, denominada de “BANDA DE CORNETEIROS E TAMBOR”. Não chegava a ser uma FANFARRA, outra característica das organizações musicais do Exército no período, mas uma pequena seção composta de cornetas e tambor que supunha-se ser de mais fácil aprendizado, e, principalmente pelo pequeno efetivo que era de 150 homens da Companhia recém criada.
Em 1939 ocorre à organização completa do 2º B Fron e seu efetivo é aumentado quando criou-se a necessidade de também fazer surgir uma Banda de Música, mas, por motivos administrativos e acumulados ainda pela distância e a carência de elementos humanos com aptidão para o exercício da pratica musical, não veio a se concretizar.
Jazz Band do 2º Batalhão de Fronteira - 1939.
Mas, a necessidade de se ter um organismo que pudesse criar motivações para os militares e alegrar os dias de intensos trabalhos para construir a estrutura atual do 2º B Fron, fez com que se criasse a JAZZ BAND DO 2º B FRON, em fins de 1939, mesclada com músicos da cidade.

Baile dos Reservistas no Esporte Clube Mato Grosso - 03 Dez 1946,
onde hoje é o Centro Municipal de Cultura. 
Outra finalidade da JAZZ BAND  era de arrecadar recursos motivado principalmente pela necessidade de manutenção e construção dos prédios do batalhão. Era contratada para animar as festas nos clubes e casas da cidade. Os recursos do Governo Federal eram escassos, por isso tinha que se virar como podia.
A partir da década de 1940 a cidade de Cáceres vai ser envolvida pelas novidades musicais dos grandes centros do País como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, trazidas pelos reservistas designados para servir no 2º B Fron.
Danças populares e gêneros musicais derivados de ritmos e melodias de raízes africanas, europeus e platinos vão se fazer mais presentes, criando ritmos sincopados.
O carnaval começa a tomar forma com a participação principalmente da classe menos favorecida da cidade, a música do rádio conduzida por Ary Barroso, Lamartine Babo e “O teu cabelo não nega”, Lupicínio Rodrigues e Noel Rosa, dentre outros, que pareciam na sua essência tão distante, ganham vida  nos acordes da JAZZ BAND DO 2º B FRON.
Banda de Música nas margens do Rio Paraguai em 1956, ao fundo a caixa d'água e prédio da União Social de Assistência - USA.
 A pequena Jazz Band vai então ganhar foros de  Banda Militar em 20 de fevereiro de 1946, sendo considerada como Banda de Música Categoria “D”. Até os dias atuais a Banda de Música é um importante vetor de comunicação social.   

Desfile 7 de setembro de 1950, Praça Barão do Rio Branco.

Dia do Soldado 25 de agosto de 1956. 

Desfile da tropa, 1949, ao fundo a direita o posto de comando do batalhão.

Desfile Dia do Soldado - 25 agosto de 1946.
Desfilam como a guarda a bandeira nacional alunas do Colégio das Irmãs. Ao fundo o pavilhão de comando em construção.

Fotografias:
- Fotografias do álbum do Soldado Hildo Sebastião do Amaral ( Duartina - SP).
- Acerco fotográfico do autor
Memórias e oralidade:
- General Austregésilo Homem de Melo.
- Cabo Francisco Moreno.
- Major Pedro Adilio de Lima.
- Joaquim José Leite Carneiro.
 Fontes consultadas:
- Soldados de Fronteira, memorias e narrativas da criação do 2º B Fron. Sandro Miguel Silva Paula. 2008. edição do autor.
- Histórias de uma região. Octaviano Cabral, 1963 1ª Ed. Editora Himalaya.
- Gabriel Pinto de Arruda, Um trecho do oeste brasileiro, 1938..



terça-feira, 22 de janeiro de 2019

COHAB VELHA E AVENIDA SÃO LUIZ, DÉCADA DE 1970.

Por: Silva Paula, Sandro Miguel.

Nos primeiros anos da década de 1970, em meio a onda de acontecimentos de obras em Cáceres, é feita a doação de uma área a Companhia de Habitação do Estado de Mato Grosso - COHAB, no loteamento denominado de "Vila Maria", onde foi construída 110 casas populares. Hoje conhecemos como Cohab Velha.
Vista aérea do loteamento Vila Maria, que conhecemos popularmente de Cohab Velha. 
Fontes: Fotografia arquivo do Museu Histórico de Cáceres.
Natalino Ferreira Mendes, Efemérides cacerense, Vol II, 1992, pg 24.

Avenida São Luiz e os bairros adjacentes no mesmo período, fazem a cidade expandir.

Vista do bairro Marajoara

Região da Avenida São Luiz

Avenida São Luiz no alto ao fundo o Rio Paraguai e a Ponte.
Fonte: arquivo iconográfico do Museu Histórico de Cáceres

domingo, 20 de janeiro de 2019

ESTAÇÃO RODOVIÁRIA DA NOVA CÁCERES DÉCADA DE 1970.

Por: Silva Paula, Sandro Miguel.

As décadas de 1950 a 1970, podemos destacar como sendo um período em que o município recebeu estrutura urbana e viária que mudou a paisagem da cidade. O incensante movimento de migrantes para a região da grande Cáceres tomou vulto e fortaleceu a industria agropastoril, a rodovia e a ponte sobre o Rio Paraguai interligando o norte do Brasil passa pela cidade, que ganha visibilidade. 
Em 31 de março de 1971, é inaugurada a Estação Rodoviária "Nova Cáceres", nome que era o lema da municipalidade do período, mas em 1972 por indicação do Vereador Hênio Maldonado a estação rodoviária passa a denominar Dr. José Monteiro da Silva, prefeito da cidade que havia falecido no seu primeiro ano de mandato (1971).

Vista da rodoviária pela Avenida 7 de Setembro, destaca-se o pintor desenhando um mapa do trajeto percorrido pelos ônibus e a viatura do EB a esquerda. Acervo do Autor

Vista da Estação Rodoviária pela Avenida do Sangradouro.
Fonte da fotografia Profº Natalino Ferreira Mendes: História de Cáceres - história da administração municipal/Tomo I, 1973.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

A PONTE DE PEDRA SOBRE O CÓRREGO SANGRADOURO.

Por: Silva Paula, Sandro Miguel.

Entre os anos de 1909 e 1911, foi construída sobre o córrego do Sangradouro uma ponte de pedra, que ligava a Rua General Osório com a Rua Riachuelo no bairro da Cavalhada. A necessidade de construir uma ponte sobre o Sangradouro, corre a época em que a "Vila Maria" foi elevada a "Cidade" com o nome de São Luiz de Cáceres (1874).

Nos relatórios da Câmara Municipal ao Presidente da Província de 1875, os edis apresentam as necessidades do povo quanto a construção de sua catedral e de uma ponte, nesse relatório o discurso "revestiam-se de um caráter civilizatório instituindo verdades que eram plasmadas, sobretudo no código de postura do município e nas leis promulgadas pela Câmara Municipal... (Adson de Arruda, pg 99, História e memória Cáceres, ed. UNEMAT, 2011)

Abaixo um recorte da transcrição  do relatório:
"Torna-se de palpitante necessidade a construção de uma ponte sobre o Sangradouro que atravessa esta cidade, cortando-a em dois bairros, e pois na estação invernosa tornam-se incomunicáveis, com o maior território da cidade por represas feita pelas águas do Rio Paraguai", . (Natalino Ferreira Mendes, pg 66, Efemérides cacerenses, Volume I, 1992)
Em outro relatório da Câmara Municipal de 1876 aponta a necessidade urgente da construção da ponte sobre o córrego do Sangradouro, mas o pedido não se concretizou.

Fotografia extraída do livro, "Um trecho do oeste brasileiro", de Gabriel Pinto de Arruda, 1938. vista da Rua Riachuelo, ao centro no fundo a catedral ganhando altura.
Decorridos mais de 30 anos a construção da ponte sobre o córrego do Sangradouro se materializou, o Professor Natalino Ferreira Mendes assim transcreveu na Efemérides Cacerenses:
7 de abril de 1910 - O Sr Luiz da Costa Garcia assina contrato com a Intendência Municipal para construção da ponte do Sangradouro em continuação da Travessa da Liberdade (hoje, Gen. Osório). Especificação: "uma ponte de alvenaria com 12 x 4,5 m e 4 m de altura, assentado o seu taboleiro sobre duas abóbodas de 0,75 m de espessura, levantadas sobre 3 paredes de 80 centímetros cada uma de grossura, tendo os alicerces das mesmas um metro de profundidade abaixo do solo e ficando um vão livre de 5m entre elas, Seu pavimento de barro socado... Será construída de pedra canga e tijolos requeimados, devendo aquela ser lavrada e esquadriada na parte da ponte que fica acima da superficie do solo e a argamassa empregada será composta de uma parte de cal por três de areia. O prazo de conclusão da obra é de seis meses e o valor 8.000$000.(Natalino Ferreira Mendes, pg 94/95, Efemérides cacerenses, Volume I, 1992)

O Mestre construtor da obra arquitetônica foi o Senhor José Vanini, sendo considerada uma das principais ações da administração de Diogo Nunes de Souza (1909/1911).
Ponte Branca nas cheias da década de 1970.

Vista da Ponte Branca 

Ponte Branca ao fundo corte da Rua Riachuelo década de 1970, vista da Escola União e Força.

Vista da Rua Riachuelo, com destaque as torres da catedral.



A Ponte Branca e o ipê roxo (Handroanthus impetiginosus), década de 1990.

Na década de 1990, figura como importantes realizações de urbanismo em Cáceres a construção no córrego Sangradouro de uma galeria de concreto armado, que se estendeu desde a primeira seção de galerias construída na década de 1970 até onde deságua o Sangradouro entre os antigos Porto da Manga e Porto de Benedito Tomé.
Nesse período foram feitas manifestações para que se preserva-se a antiga Ponte de Pedra, mas a marcha inconteste do progresso não se deteve e assim se foi a Ponte Branca.

Acervo Engº Adilson Reis.

Acervo Engº Adilson Reis.

Acervo Engº Adilson Reis.

Acervo Engº Adilson Reis.
A ponte de pedra canga ficou conhecida e batizada como Ponte Branca no meio popular, motivado pelas inúmeras pintura de cal que recebia no correr dos anos.
Foi letra de enredo no carnaval cacerense e nome de bloco carnavalesco que exaltavam a sua magnitude e historicidade cantando os versos assim:

Foi na ponte branca, que despontou a cavalhada,
 ê cavalhada.
Na história de Cáceres relembrada, e consagrada cavalhada.


 Fontes consultadas:
- Gabriel Pinto de Arruda, Um trecho do oeste brasileiro,1938.
- Obras de Natalino Ferreira Mendes:
    1) História de Cáceres (História da administração Municipal) Tomo I, 1973.
    2) Efeméride cacerenses, volume I e II, 1992.
- Otávio Ribeiro Chaves e Elmar Figueiredo de Arruda, História e memória Cáceres, UNEMAT, 2011.
- Maria de Lourdes Fanaia Castrillon, Um esboço sobre a Camara Municipal de Vila Maria do Paraguai 1859-1889, 2006.
Fotografias:
Acervo iconográfico do Museu Histórico de Cáceres.
Acervo Engº Adilson Reis.
Acervo do autor.
Memórias e oralidade:
Dr. Hênio Maldonado.
Valdomiro Santana de Paula
Alzira Cebalho de Almeida
Ana Márcia Nunes de Oliveira

DRENAGEM DO CÓRREGO DO SANGRADOURO.

Por: Silva Paula, Sandro Miguel.

O córrego do Sangradouro atravessa a cidade e divide a parte central e o bairro cavalhada. Na estação das chuvas se transformava em um grande braço do Rio Paraguai que se estendia até a Rua Joaquim Murtinho.
Entre 1967 e 1971, fez-se a primeira drenagem e construção de galerias de concreto armado sobre o Sangradouro, nos fundos onde hoje é a sede do Rotaract Club de Cáceres, localizado na Rua Treze de Junho até a altura da antiga rodoviária, bem como abertura de ruas marginais e alargamento do córrego.

Casa ao fundo pertencia a familias japonesas entre as décadas de 1950 a 1960, onde a produção era hortifrutigranjeiros, Familia Nakayama, Kaneno e Endo. Em meados da década de 1970, passou a morar o senhor Gumercindo que continuou a atividade de produção.
Ao fundo Prefeito José Monteiro, 1971.
Ao fundo a Ponte Branca.
Alargamento do córrego Sangradouro.
A esquerda no alto a casa do Sr Daveron (americano) e sua vizinhança casa do Coronel, no centro a casa das familias japonesas tendo ao fundo os canteiros de produção, ao lado a casa do senhor Carlos Kulesa de origem alemã e da familia do Senhor Joaquim Carneiro, todos na Rua Riachuelo.
A esquerda o porto do Sr Benedito Tomé e a direita o porto da Manga, na margem da ilha o Bar Mini Praia.
Boca do Sangradouro


Rua Riachuelo na altura da "Casa do Coronel".


Rua Riachuelo próximo a residencia do Sr Joaquim Carneiro.


Fontes consultadas: 
Prof. Natalino Ferreira Mendes, obras:
- História de Cáceres, história da administração municipal, Tomo I, 1973; e 2ª Edição 2009.
- Efemérides cacerenses, volume I e II, 1992.
Fotografias do:
 Arquivo iconográfico do Museu Histórico de Cáceres;
Acervo Arquiteta Reginete Maria Rondon da Silva.
Memórias e oralidade:
Valdomiro Santana de Paula
Nilson Pereira
Alzira Cebalho de Almeida